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Clínicas odontológicas populares: uma alternativa acessível para transformar a saúde bucal

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O acesso à saúde bucal ainda é um dos grandes desafios enfrentados pela população mato-grossense, sobretudo pelas camadas mais vulneráveis da sociedade. A barreira financeira continua sendo o principal obstáculo para que milhares de pessoas realizem tratamentos odontológicos e previnam doenças que comprometem não apenas a estética, mas também a qualidade de vida.

A falta de acesso a cuidados de qualidade faz com que grande parte da população desenvolva doenças bucais de forma silenciosa. Entre elas, o câncer de boca é um dos principais problemas de saúde no Brasil e, em Mato Grosso, tem se tornado motivo de atenção especial. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023 o estado registrou cerca de 230 novos casos da doença, a maioria diagnosticada tardiamente.

Esse diagnóstico tardio reduz as chances de cura e compromete o tratamento. Essa realidade é agravada pela dificuldade de acesso a serviços especializados, principalmente entre pessoas com menor poder aquisitivo, que muitas vezes não conseguem realizar consultas preventivas ou identificar precocemente lesões suspeitas.

Nesse contexto, o papel das clínicas populares ultrapassa a esfera clínica e se torna uma contribuição social de grande relevância. Essas unidades funcionam como porta de entrada fundamental para a detecção precoce do câncer de boca, ajudando a reduzir desigualdades em saúde e a salvar vidas por meio do diagnóstico antecipado. Mas não é apenas do câncer que estamos falando: problemas bucais comuns também impactam diretamente na alimentação, na autoestima e até nas oportunidades de trabalho.

É aí que entram as clínicas odontológicas populares: acessíveis, resolutivas e comprometidas em democratizar o atendimento. Elas oferecem à população uma alternativa viável para quem não tem condições de arcar com os altos custos das clínicas particulares tradicionais e não pode esperar meses por atendimento no SUS. A proposta é simples, mas de impacto profundo: garantir que cada paciente tenha sua necessidade atendida de forma imediata e definitiva, indo além do atendimento paliativo.

Se antes o cuidado odontológico era visto como privilégio, hoje as clínicas populares ajudam a transformar essa realidade, tornando o sorriso saudável uma possibilidade para todos. Mais do que um modelo de negócio, elas representam uma mudança necessária para que a saúde bucal seja compreendida como direito básico, e não como luxo. Ao oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis, essas clínicas reduzem desigualdades, aliviam a pressão sobre o sistema público e devolvem qualidade de vida a quem mais precisa.

Na FEB Odonto da Carmindo de Campos, por exemplo, o atendimento é diversificado e contempla desde procedimentos estéticos e ortodônticos até urgências e odontopediatria. O diferencial está na combinação entre qualidade e valor acessível, permitindo que pessoas que antes viviam sem alternativas possam cuidar da saúde bucal com dignidade. Nosso objetivo, enquanto clínica popular, é oferecer à população socialmente vulnerável acesso a um serviço capaz de transformar sua realidade, e é isso que temos conseguido, diariamente.

Leila Márcia Corrêa, gerente administrativa da Odonto FEB Carmindo de Campos

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PODER LEGIFERANTE

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Não há dúvida que uma sociedade, por menor que ela se agrupe, consiga subsistir sem normas de conduta, sejam elas quais forem, todavia, essa necessidade passa por um processo que exige, obrigatoriamente, munus publico e, talvez, o mais importante, inteligibilidade do cotidiano.

Somente se molda regramentos válidos e legítimos quando a sua moldagem passa pela existência de um colegiado que represente cada parcela da sociedade. Para tanto, tais parcelas, naturalmente, não são homogêneas, tampouco, homocêntricas, mas simheterogêneas que, por muitas vezes, principalmente em dias atuais, acabam por revelar repulsão, decorrente dosclamores políticos-partidárias. 

Ocorre que, apenas em um Estado absolutista, não há convergência das divergências, situação diversa do atual Estado Democrático de Direito adotado pelo constituinte originário, quando da formulação da atual carta de princípios, popularmente aclamado como Carta Cidadã. 

Pari-passu, em um país continental, construído por diferentes, não seria diverso esperar que tais diferenças se fizessem presentes na Ágora legislativa. Alguns podem pensar que isso seria um prejuízo ao Poder Legiferante (poder de editar as normas de condutas sociais), pobres tolos, pois é aí que se fortalece o poder coletivo. 

Legiferar é o processo que, peremptoriamente, necessita da heterogeneidade, de fragmentos de um mesmo, mas diferentes, que se unem para montar um mosaico refletivo de uma sociedade viva, iluminada, não obscura. 

Não se pode, também, ignorar a tecnicidade, tão importante quanto o poder e o conteúdo, garantindo que não haja, sequer, inconvencionalidade, tampouco inconstitucional ou ilegalidade, se ordem formal ou material. 

O Poder Legiferante não pode adotar, e nem aceitar, descaminhos tórridos que tentem impor preferências ou visões míopes que não agreguem a todos, absolutamente todos, sempre pelo agrado do respeito, disciplina, interesse público e fim comum. 

Enfim, houve, há e haverá o Poder Legiferante, posto quenão existe sociedade justa e solidária sem que os clamores sociais passem pela formalização de comportamentos e conteúdos programáticos de valoração humanos e social, o que deve ocorrer, sem duvida, pelo respeito ao diferente, transformando frações em algo inteiro, sólido, que deseja um todo, para todos. 

THIAGO COELHO DA CUNHA, Advogado, servidor da Câmara Municipal de Várzea Grande, pós-graduado em Direito Eleitoral e Improbidade Administrativa pela Fundação Escola Superior do Ministério Público, Pós-graduado em Direito Individual, Coletivo e Previdenciário pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Mestrando pela Ambra University.

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